O que é uma dívida “Bola de Neve”? Com exemplo!

Em Educação financeira por André M. Coelho

Você está em uma espiral de dívida? Aquele momento em que as contas começam a se acumular e você não consegue mais sair dela? Esta é a espiral que muitas pessoas entram e passam anos tentando sair, uma bola de neve que vira uma avalanche de contas e dívidas atrasadas.

Quando alguém está em uma dívida bola de neve, tudo parece estar girando fora de controle. É como um avião fora de controle, e nada vai colocá-lo no caminho certo até o piloto voltar ao controle. Só que, muitas vezes, a única maneira de sair vem depois de terem atingido o fundo do poço, no momento de desespero. Já dizia o ditado: “Um homem sábio pode ver mais a partir do fundo de um poço, que um tolo do topo de uma montanha.

O que é uma dívida bola de neve?

A espiral da dívida começa inocentemente, com algo tão simples como um cartão de crédito. Quando alguém tem um cartão de crédito mas não tem a capacidade de usá-lo corretamente, eles começam a comprar coisas que normalmente não comprariam porque eles sentem que agora têm o dinheiro para aquele item específico. Esta é uma crença comum entre aqueles que não têm experiência com crédito. Eles sentem que o crédito é realmente o dinheiro que eles têm em mãos quando, na verdade, é você pegando emprestado dinheiro que não tem para comprar coisas que não precisa.

Este é o lugar onde a espiral da dívida começa. Logo, o indivíduo vai ter outro cartão de crédito ou talvez vários outros, porque eles acreditam que eles vão usá-los sabiamente. Infelizmente, eles não vão. Em vez disso, eles começam a colocar mais e mais dinheiro em seus cartões de crédito, antes de perceber que, de repente, sua dívida de cartão de crédito está fora de controle.

Nessa mesma época, eles geralmente já tem a dívida de uma hipoteca, ou as parcelas de um carro para pagar, somando às suas contas. Em um esforço para pagar as dívidas, as pessoas começam a usar seus cartões de crédito das piores maneira possível, parcelando as faturas, pagando as parcelas mínimas e pagando as taxas de juros mais altas do mercado.

Perigos das dívidas

Sem controle financeiro, um orçamento bem feito e acreditando que você vai sair da dívida por milagre, você vai mesmo é acabar em um poço sem fundo de dívidas. (Foto: www.beatdebt.info)

Mas parcelar minhas faturas não é pagar minhas contas?

A razão para não parcelar faturas ou pagar o mínimo do cartão de crédito não serem as coisas certas a fazer é porque em vez de usar seu dinheiro, que não cobra juros, você está simplesmente transferindo suas dívidas em um esforço para parecer que você está pagando seus cartões de crédito ou seus empréstimos. Em alguns casos, as pessoas até acabam vendendo bens para pagar dívidas, perdendo coisas preciosas, como veículos, jóias e, em casos mais graves, até suas casas. Tudo por causa dos juros.

Os juros cumulativos e o aumento da dívida

O problema de tentar pagar suas contas sem planejamento é que você vai acumulando juros sobre juros, sem antes ter um plano de como parar de gastar o dinheiro que não tem e começar a pagar suas contas com seu dinheiro. Na hora do desespero, você vai usar os juros mais caros, parcelar faturas do cartão e acabar rapidamente com seu fundo de emergência, porque as dívidas estarão maiores que seu salário.

Veja um exemplo simples. Em um ano, em média, cartões de crédito cobra mais de 290% de juros sobre os parcelamentos de faturas de cartão de crédito. Ou seja, aquele seu pagamento mínimo da fatura, na verdade, estará encarecendo sua fatura do cartão de crédito em 12% por mês. Pense que sua fatura inicial era de R$1.000 e você começa a pagar só o mínimo da fatura todos os meses. Juntamente com os juros, vai incidir também o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).

Pagando só o mínimo em 36 vezes, você ainda terá um saldo final da fatura de R$ 244,56, ou seja, após 3 anos, você ainda não vai ter pago sua fatura por inteiro. E além de não ter pago a sua fatura de R$1.000, você terá pago, só em juros e IOF, nos 36 meses, o valor de R$ 2.204,02. Acha que 36 meses é muito tempo? Pois bem, em 12 meses, você terá pago R$1.095,33 apenas em IOF e juros, sem contar o principal que você tem que pagar da sua fatura. Para quem tem um salário de R$2.000, por exemplo, dá pra ver que rapidamente, mais de 50% do salário vai acabar só no pagamento de dívidas, sem contar as contas de água, luz, hipoteca, aluguel…Uma avalanche de contas e que vão sugar todas as suas economias, te levando à beira da falência. É o poder dos juros sobre sua dívida.

Quais são as causas da dívida bola de neve?

Cartão de credito, cheque especial, agiotas, financeiras e os famosos créditos para negativados são as maiores causas iniciais das espirais de dívida, pois tem as maiores taxas de juros. Isso significa que são os empréstimos mais caros, ou seja, as formas de obter dinheiro com maiores custos para os mutuários e maiores lucros para os bancos. Resumindo, quase sempre, quanto mais fácil pegar o dinheiro emprestado (cartão, cheque especial etc), mais altos os juros.

https://youtu.be/Z44PUDhyWp0

É possível sair da dívida?

Naturalmente, você vai querer sair da espiral da dívida antes de as coisas fiquem muito difíceis, e há algumas maneiras de fazer isso sem ter que vender seus bens ou declarar falência. Mas como sair de uma dívida bola de neve? Através da consolidação do débito. Esta vai permitir que uma pessoa a tomar toda a dívida que eles têm, que pode envolver vários pagamentos diferentes e contas, e combiná-lo em um grande pagamento único, geralmente na forma de um empréstimo pessoal com juros mais baixos que o cartão de crédito ou cheque especial. Esta é uma grande arma para qualquer pessoa, porque lhes dá a capacidade de começar a colocaras coisas em ordem.

A segunda forma de sair da dívida bola de neve é usando a técnica bola de neve, que começa a partir de um orçamento familiar. Este irá permitir para a pessoa organizar suas finanças e descobrir como começar a pagar as coisas, iniciando pelas dívidas com juros maiores até serem quitadas por completo e passando para as dívidas de juros menores, gradualmente. É importante também negociar suas dívidas durante esse processo, para tentar juros mais baixos.

Você pode também, usar o espaço de comentários abaixo para nos contar sua situação, de forma que possamos te ajudar a sair da dívida. Ou contratar os serviços de um consultor financeiro. Qualquer seja sua opção, é importante correr atrás antes que seja tarde demais para sair da dívida.

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.

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