Financiamento estudantil: tome cuidado!
Um diploma de curso técnico, de tecnologia, ou de ensino superior pode ser a maior conquista profissional da sua vida. Isso porque pode abrir muitas portas para oportunidades de emprego e progressão na carreira. O principal problema com cursar o ensino superior é que ele pode ser extremamente caro em cursos de faculdades e universidades particulates. E a maioria dos alunos que frequentam esses cursos são forçados a usar o financiamento estudantil para financiar suas despesas educacionais.
Financiamento estudantil é caro
A principal desvantagem de um financiamento estudantil é o custo de começar um financiamento. Dependendo de onde você pretende estudar, um financiamento pode te deixar com uma dívida bem alta para pagar. Um curso de engenharia elétrica, por exemplo, não tem uma mensalidade mais barata do que R$590, o que dá R$7080 ao ano. Para um curso que dura 5 anos, são R$35.400, sem contar os aumentos da mensalidade e os juros do financiamento. Não incluímos também custos como livros, equipamento, habitação, transporte, etc.
FIES e financiamentos estudantis bancados pelo governo são um assunto diferente, pois as parcelas são baratas. Mas mesmo assim, você vai ter que ficar todo semestre na ansiedade em saber se terá ou não o financiamento estudantil garantido. O custo aqui será emocional, e o estresse financeiro pode acabar com sua experiência acadêmica.
Para ver como é caro um financiamento estudantil, sempre veja o CET do financiamento, que é o Custo Efetivo Total, ou seja, o total de juros e taxas cobradas anualmente pelo financiamento.
Um exemplo de financiamento que me foi oferecido: pague seu curso de Engenharia, de mensalidade R$590, no dobro do tempo, com parcelas de R$360. Se eu usasse esse financiamento estudantil, teria que pagar, em 10 anos, R$43.200, sem contar ajustes nos valores devido aos juros e aumentos da mensalidade.
Pagamentos de financiamentos estudantis podem levar décadas
A dívida de um financiamento estudantil pode dificultar a saída da dívida por um longo período de tempo. Algumas pessoas têm dívidas estudantis de 10, 20, até 30 anos após se formar na faculdade. Essas dívidas maiores são, geralmente, relacionadas a cursos nas áreas de saúde e nas engenharias, e pode tornar muito difícil para construir um fundo de emergência e poupar dinheiro para a aposentadoria. Você pode achar que terá dinheiro no futuro para pagar todas as suas dívidas antecipadamente, mas isso não é verdade para todos. E mesmo nos financiamentos do FIES, que tem parcelas menores, pagar essas parcelas por anos a fio pode ser bem pesado para uma família.
Um financiamento estudantil pode dificultar você a obter outros financiamentos
Como o financiamento estudantil é um tipo de linha de crédito, caso você tenha cartões de crédito, ou procure uma linha de financiamento para um veículo ou financiamento habitacional, o financiamento estudantil pode acabar dificultando ou reduzindo consideravelmente os limites aos quais você tem acesso. E podem acabar adiando seu sonho da casa própria, ou a compra de um veículo para a família.
Financiamentos estudantis tem que ser pagos, mesmo quando você não termina a faculdade
Financiamento estudantil têm de ser reembolsado pelo mutuário mesmo se você não se formar na faculdade estava tendo aulas. Trocar de curso é possível, e você pode carregar o financiamento com você, na maior parte dos casos. Mas alguns financiamentos, principalmente aqueles patrocinados pela instituição onde você está estudando, podem ser mais difíceis de transferir, ou impossíveis. Pense bem se você está fazendo realmente o curso certo antes de pegar um financiamento estudantil.
Financiamento estudantil: juros
Apesar de ter uma taxa de juros relativamente baixa em relação a outros tipos de empréstimos, o financiamento estudantil tem juros altos, que podem pesar no seu bolso. Como dissemos acima, vale a pena fazer um bom planejamento financeiro usando o CET como referência.
Há uma série de razões pelas quais um financiamento estudantil deve ser sua última opção. É muito melhor usar suas economias ou mesmo parte de seu salário, e tentar obter uma bolsa de estudos parcial na sua faculdade. Isso ajuda bastante a evitar pagar uma quantia enorme de dinheiro depois de se formar. Vale lembrar que para alguns tipos de bolsas e financiamentos, o aluno tem de cumprir alguns requisitos acadêmicos, como não faltar às aulas, ter uma nota mínima, forma em X anos, entre outros.
Você faz algum financiamento estudantil? Quais dificuldades enfrentou?
Sobre o autor
Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.
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