Como pensar suas finanças pessoais de forma mais realista e que realmente te ajude a economizar?

Em Educação financeira por André M. Coelho

Comparando-se os custos com os benefícios é uma ótima maneira de construir habilidades de pensamento crítico e se dar lições práticas na tomada de decisões. Uma coisa importante a lembrar é concentrar-se em ambos os custos e benefícios. Isto é, o melhor valor, e não apenas o menor preço. Estes são exercícios que você pode fazer muito simples para tornar as finanças pessoais mais palpáveis e simples. O melhor de tudo é que estas dicas podem ser adaptadas para qualquer idade, sem exceções.

Suponhamos também que o que eu tenho de maior valor na minha vida sejam essas idas ao cinema. Emocionalmente, são os momentos mais importantes. Portanto, todo o investimento de R$20,00 é completamente válido e eu não me importo de investir esse dinheiro.

Você elegeu emocionalmente sua moeda. Este ingresso foi só um exemplo. Uma pessoa pode escolher peças de roupas como comparação, o preço de um Big Mac ou Whopper, o valor de um prato de almoço e muitos outros padrões. Você pode até classificá-los em diferentes patamares de comparação usando, por exemplo, o preço de um almoço para comparar valores menores e uma camisa de marca para valores maiores.

O que é importante aqui é escolher produtos e/ou serviços que tenham valores mais ou menos estáveis, de forma a não atrapalharem suas comparações.

Usando comparações realistas para preços

Produtos de consumo, como populares produtos de Fast Food, podem ser usados como padrão para comparar preços de forma mais realista e emocional para você, ajudando a controlar os gastos. (Foto: www.ajudadinheiro.com)

Comparando os preços de forma mais realista

Vamos supor que eu queira comprar um tablet pra mim. Os melhores tem preços entre R$1.500 e R$2.000. E aí vem o preço de comparação com sua moeda.

Um tablet pode ser uma compra supérflua ou uma compra necessária na sua vida. E sua “moeda” padrão é que vai estabelecer o sacrifício necessário para ter um tablet e se você está disposto a este sacrifício. Um tablet de R$1.500 equivale a 75 visitas ao cinema. Para ter dinheiro para o tablet, eu precisaria então de deixar de ir ao cinema 75 vezes, ou diminuir minha frequência de idas ao cinema para poupar para o tablet, e até mesmo consigo estabelecer um valor que eu posso pagar pelas parcelas do tablet. Por exemplo, posso achar 75 idas ao cinema algo muito caro, mas se parcelado o tablet “custar” 20 idas ao cinema por alguns meses, eu poderia sobreviver com 55 idas ao cinema.

Essa mesma comparação pode ser feita para o preço de aluguéis, na hora de comprar fast food e outros supérfluos (compare o preço de um prato fixo e um Big Mac, por exemplo, para você se surpreender), preços de impostos e muito mais. As possibilidades são infinitas quando você começa a usar essa técnica.

Mas ela realmente funciona?

Eu criei essa técnica quando ouvi um amigo me contando sobre um cara que fazia medidas de distâncias pequenas através de bonecos Playmobil. Por exemplo, “esse braço de guitarra mede uns 8 bonecos Playmobil”. Daí, passei a pensar no lado financeiro dessas medidas. E comecei a fazer as comparações.

O que pude perceber é que cada vez mais eu me distanciava do dinheiro físico e passava a usar o dinheiro de plástico. Eu precisava criar então alguma forma de dar “valor” ao meu dinheiro, já que o dinheiro de papel quase não existia mais na minha vida. Comecei comparando preços do meu aluguel com outras coisas. Depois, passei para o preço de jogos de video game. Até chegar a alguns padrões de comparação hoje que são emocionalmente importantes pra mim: preço do prato fixo do almoço e preços de ferramentas de mecânica. Com essa ligação emocional, eu passei a pensar muito nos meus gastos antes de realmente gastar, pois eu deixaria de investir no que realmente gostava.

Depois de um tempo, você começa a comparar tudo: preço do ingresso com o Big Mac, valor do rodízio de comida japonesa com o preço para encher o tanque de gasolina da moto e por aí vai.

Por que fazer isso?

Essa técnica vai te ajudar a separar o que é essencial do que é supérfluo. Quando você vê que tem que sacrificar algo importante em sua vida para fazer outra coisa, você passa a ser mais seletivo. Você cria critérios de gastos. Entende melhor o valor do seu dinheiro e dos seus esforços. E ainda, pode usar as comparações para educar melhor seus filhos. Imagina ensinar a eles que o preço de 10 pirulitos pode ser igual ao da bola que ele quer ganhar?

É uma forma simples e indolor de aprender sobre finanças. Esperamos ter ajudado com estas dicas!

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.

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