Recompra em cartões de viagem? Furada! Veja por que!

Em Bancos e instituições financeiras por Alex Benfica

Mais um artigo que conta uma experiência real, desta vez a respeito dos famosos cartões para viagem pré-pagos fornecidos pelos bancos e administradoras de cartões.

Bancos sempre lucram em todas as operações que realizam. Sempre! A diferença entre um banco e outro está no atendimento que você recebe e na habilidade deles em conseguirem disfarçar o que é cobrado de seus clientes. Vamos pegar o exemplo dos cartões viagem, sem citar uma instituição ou cartão de viagem específicos. A situação é muito parecida para todos os cartões viagem pré-pagos que você irá encontrar por aí!

Recarregar cartão viagem

Para ativar um cartão viagem os bancos em geral exigem que você coloque um crédito mínimo nele, algo em torno de 50 dólares. Você paga uma cotação já cara para começar a utilizar o cartão e sempre que for recarregá-lo novamente. Muitas vezes o cliente não é informado dos custos para fazer a recarga do cartão. Cada cartão tem cobranças diferentes com relação a este custo de recarga e alguns são até isentos de taxas. O que você deve pensar é que neste caso pagar qualquer taxa é inadmissível, visto que você não paga taxa para ter crédito no seu cartão de crédito ou saldo no seu cartão de débito (que também funciona no exterior).

Um argumento comum usado quando tentam lhe vender o cartão viagem é a conversão imediata com a cotação do dólar do dia. Parece bem atrativo a primeira vista saber exatamente quanto você vai gastar em sua viagem, mas essa certeza pode sair mais cara. O seu gerente ou quem quer que esteja lhe vendendo o cartão irá dizer: “O cartão é bom porque se o dólar subir você já terá pago e não tem o perigo de sua fatura do cartão de crédito vir muito alta”. Mas você nunca irá ouvir neste momento que existe a possibilidade do dólar cair. Você não tem certeza de qual será a cotação do dólar na data de fechamento da sua fatura, mas pode acontecer de ser um dólar menor que a cotação paga para recarregar seu cartão viagem. Isto se chama especulação, e pode dar certo ou errado. Em geral eu ainda prefiro correr o risco de pagar ou receber a variação que cambial do que pagar com certeza as taxas e cotações abusivas dos cartões viagem.

Recompra de saldo remanescente

A maior pegadinha existente nos cartões viagem, em minha opinião, é a recompra do saldo remanescente. Antes de viajar você nem calculou que poderia sobrar algum dinheiro no seu cartão. Você precisa tirar este dinheiro do cartão viagem e vê-lo em sua conta corrente novamente. Prepare-se: você se sentirá lesado neste momento.

Eu fiz um cartão viagem e o levei com 50 dólares de crédito, apenas para ter uma opção de pagamento para o caso de ficar sem os cartões de crédito ou dinheiro. Não precisei recarregar e me esqueci de gastar o cartão no fim da viagem. Chegando no Brasil resolvi transferir o dinheiro do cartão para a conta corrente.

Cartão viagem compensa utilizar?

Você vai perder boa parte do dinheiro que sobrar no cartão!

Na data que recarreguei o cartão, o dólar do dia estava cotado a R$ 2,31 e me cobraram R$ 2,44 por dólar colocado no cartão. Facada!

Ao fazer a recompra, o dólar estava cotado a R$ 2,44 e o banco recomprava cada dólar do cartão por R$ 2,29!

Vamos fazer uma conta rápida: na compra, o banco ganhou R$ 0,13 por dólar. Na venda ele ganhou mais R$ 0,15 por dólar. No fim das contas, o banco terá recebido R$ 0,28 para cada dólar não gasto em seu cartão viagem. Considerando o dólar nessa faixa de R$ 2,35, você perde mais de 10% do dinheiro que coloca no cartão viagem e não usa! E também perde um valor considerável do dinheiro que usa! O IOF está incluído nos custos acima, o que apenas modifica o destino do dinheiro, pois ele sempre sai do seu bolso!

Conclusão

Se você vai mesmo usar cartão viagem, não deixe sobrar dinheiro nele no fim de sua viagem. Planeje para gastar TUDO e não ter que lidar a com a recompra do saldo pelo seu banco.

Esta foi uma comparação simples de como pode ser muito ruim usar cartões de viagem. Se você realmente quer contar com a praticidade de não levar dinheiro em espécie pensem bem nas outras modalidades que não exijam adquirir mais um produto bancário. Quanto mais simples for seu relacionamento com os bancos, menos você paga. E para ter o um relacionamento simples você precisa aprender, estudar e fazer você mesmo o que sue gerente faria: lucrar com seu dinheiro!

Sobre o autor

Autor Alex Benfica

Alex é Matemático Computacional e profissional da área de Tecnologia da Informação desde 2001. É também empresário, investidor e estuda economia e finanças pessoais há mais de uma década. Alex compartilha no site Crédito ou Débito sua experiência em lidar com dinheiro e com o sistema bancário brasileiro.

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