Como fazer um financiamento sem pesar no seu bolso?
Então você está pronto para comprar um carro. Parabéns! Se você é como a grande maioria da população brasileira, você não tem 30 mil reais sobrando debaixo do colchão e vai financiar o carro. O problema agora é saber como fazer isso sem ir à falência.
Simplificando, o financiamento de um carro significa tomar um empréstimo para comprar o seu veículo novo ou usado (com no máximo 10 anos de fabricação). Esses empréstimos podem ser organizados através da concessionária ou por outras instituições financeiras, como cooperativas de crédito ou bancos. O banco ou concessionária terá de saber a sua capacidade de pagar o empréstimo. Eles vão querer saber a sua renda, e executar uma verificação de crédito para ver sua capacidade de pagamento.
Para que esse financiamento não pese em seu bolso, o primeiro passo é anotar suas receitas e despesas. Assim, você pode ver o quanto você pode gastar em um carro. Vamos dizer que você faz R$ 3.330 líquidos por mês. Vamos dizer que seu aluguel ou financiamento da casa levam R$ 900 por mês, comida R$ 500 por mês, entretenimento, viagens, contas de cartão de crédito, seguro e assistência médica outros R$ 600 por mês. Despesas diversas (e espero que algumas economias) chegam a R$400 por mês, em um total de cerca de R$ 2400 de débitos mensais. Vamos dizer que você vai precisar de R$400 por mês para a manutenção do carro (que pode aumentar, dependendo da idade), gasolina, seguros, registro, etc, trazendo o gasto mensal total para R$2800. Isso te deixa com cerca de $ 530 por mês para investir no financiamento de um carro ou qualquer outro produto que você deseja comprar.
Baseado nesse número, você pode ter uma estimativa com seu banco de qual o valor máximo para um carro que você pode financiar. Afinal, só você pode saber o que seu orçamento é e quais são suas necessidades. Não se esqueça de pesquisar os carros que você está interessado antes de decidir sua compra, e verifique se o orçamento inclui qualquer opção que você precise, como 4 portas ou ar condicionado.
Dito isso, vamos ao financiamento. O comprador geralmente coloca uma certa porcentagem do preço de compra e, em seguida, financia o resto. Por isso sempre dizemos que a compra de um carro é um processo que demanda tempo, já que sugere uma economia prévia para o depósito inicial, diminuindo o valor das parcelas e os juros que serão pagos no veículo. Porém, pode ser um risco muito grande se você utiliza o dinheiro de sua poupança ou fundo emergencial para tal compra. Faça economias com foco no carro para não ter de utilizar outros recursos da família ou pessoais, como investimentos de longo prazo.
Algumas concessionárias podem aceitar seu carro velho como parte do pagamento. Porém, elas pagam um valor muito inferior ao de mercado, sendo recomendado ao comprador que venda seu carro antes para não ter um prejuízo muito grande e poder utilizar este dinheiro como entrada no carro novo.
O mais importante ao decidir pela compra de um carro é não ser levado pelo lado emocional. Ao gostar muito de um veículo você pode não estar levando em conta a facilidade em achar peças, os custos de manutenção e das revisões e muito menos o consumo por litro do carro escolhido. Quando você ficar ansioso, espere com calma a ansiedade passar e volte a pesquisar pelo carro. Oportunidades vem e vão, mas seu dinheiro só sairá do seu bolso uma vez.
Ao negociar o empréstimo, vá sempre a mais de uma instituição financeira e quando conseguir taxas menores, volte nas instituições que você já foi para fazer comparações e obter melhores taxas. Eles sempre irão diminuir os valores ou oferecerem serviços como o seguro do automóvel por valores muito melhores. A única exigência para você é que você consiga ser paciente o suficiente para não aceitar a primeira oferta e dedicar um bom tempo para esta pesquisa.
Em hipótese alguma, venda sua casa ou terreno para a compra de um veículo. Um bem que só tende a ser apreciado (ganhar valor), como uma casa ou terreno, não vale a troca por um bem que só depreciará (perderá valor), que é o veículo. Mesmo que você precise muito de um carro, nenhum centavo irá valer suas perdas financeiras neste investimento.
Quando for financiar seu carro, sempre busque o melhor negócio, comparando a taxa anual e a extensão do empréstimo. Vá a cidades próximas e afastadas dos grandes centros, onde talvez a margem de negociação possa ser melhor. Se você mora perto de cidades costeiras, tome cuidado com os danos em veículos usados causados pela maresia. E não se concentre apenas no pagamento mensal, pense também no custo efetivo total do carro e se irá valer a pena. Para aqueles que optem pelo empréstimo tipo leasing, ainda existe a opção de devolver o carro ao banco, não tendo de pagar as parcelas até o final. Com taxas menores pelo leasing e mesmo perdendo um pouco de dinheiro com a devolução pode ser uma boa opção para quem tem um pouco de dificuldade no planejamento financeiro. E que fique bem claro esse “um pouco”, porque quem tem muita dificuldade em se planejar financeiramente não deveria nem pensar em comprar um carro financiado!
Um bom financiador terá um planejamento financeiro para quitar a dívida antes do prazo final do empréstimo. Tendo tudo isto em mente e consciente dos valores agregados à compra de um carro, tenha uma boa sorte na sua busca e acima de tudo, paciência!
Sobre o autor
Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.
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