Vale a pena ter um diploma, mesmo pagando uma faculdade particular?
A resposta simples para esta pergunta é sim, vale a pena. Por mais débitos que você possa assumir por causa de uma faculdade particular, os benefícios quase sempre compensarão os custos. Para nosso questionamento e expansão desta pergunta, porém, iremos falar muito dos elementos que entram na parte de quase sempre compensar os custos, deixando claro que nosso raciocínio irá levantar questionamentos maiores de ordem financeira e não ética ou filosófica.
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Temos que avaliar criticamente esta situação. É um grande erro não investir na educação superior, preferindo cursos de ordem mais técnica ou empresarial. E não digo que técnicos e empresários não sejam necessários para o crescimento de um país. Você pode começar com um curso técnico mas a continuidade natural do aprendizado te levará a um curso de graduação superior.
E nessa hora vem uma triste análise de nossa injusta sociedade. Enquanto um médico ganha no início de carreira um valor bem alto de salário, um pedagogo ganha o mesmo que um pedreiro de uma construção civil em uma cidade grande. Não estou dizendo em nenhum momento que o pedagogo seja mais nobre que o pedreiro ou que o médico. Porém, houve um investimento de tempo e dinheiro, mesmo que seja uma faculdade pública, para se adquirir o diploma.
Aproveito esta última frase para também quebrar mais um mito: a faculdade pública não é gratuita. Primeiro porque cada aluno custa aproximadamente R$1.000,00 para os cofres públicos mensalmente. E em segundo lugar, temos os custos dos estudos: material didático, xerox, livros, transporte e outros custos associados. Digamos que se você for um aluno mediano, seus investimentos mensais estarão na ordem dos R$200,00 a R$500,00, dependendo também do curso, que pode aumentar ou baixar estes custos.
Eu não digo que todos deveriam largar a faculdade ou deixa-la de lado, mas eu não acho que é a coisa certa para todos. Há pessoas que são inventores. Há pessoas que são empresários. E para eles, faz sentido começar a contribuir com a sociedade sempre que eles crescem com as grandes ideias que vão mudar o mundo. Dois exemplos bem clássicos são Steve Jobs e Bill Gates, fundadores da Apple e Microsoft, respectivamente, e que nunca terminaram a faculdade. Devemos respeitar a diversidade que existe em nossa sociedade e perceber que algumas pessoas devem ir para a faculdade, mesmo quando o mercado está sobrecarregado de profissionais, e outros devem escolher um caminho diferente antes.
Não vivemos em uma sociedade justa. E temos também possíveis crises, de várias frentes diferentes, que podem atrapalhar seu crescimento profissional. O fato é que em crises, uma pessoa que possua um diploma terá muito mais chances de arrumar um emprego do que alguém que só tenha um curso técnico. Essa é uma realidade concreta que conseguimos avaliar ao fazer um apanhado geral dos investimentos em educação.
Agora, podemos também analisar que boa parte dos estudantes não termina seus cursos. Vemos isso com uma simples análise do número de alunos iniciais de uma turma com o número de egressos. Há uma enorme quantidade de riscos que estão sendo tomados por um grande número de alunos, e muitos desses riscos estão relacionados ao fato de que as faculdades e universidades muitas vezes admitem alunos que eles muito bem sabem ter uma probabilidade limitada de sucesso, mas pagando, qualquer um é capaz de qualquer coisa.
Podemos dizer também que o papel, o diploma, não significa necessariamente conhecimento. Ao contrário de um curso técnico, boa parte da teoria não será aplicada em seu dia a dia. Você não irá lembrar daquela aula de cálculo que teve há 3 anos atrás, Na verdade, fará de tudo para esquecê-la e focar nas necessidades de sua profissão.
Como um pensamento final, precisamos abrir oportunidades para as pessoas considerarem uma variedade de diferentes opções após o ensino médio, pois nem todos precisam ou tem o perfil de uma faculdade. Necessário neste momento é a desmistificação do diploma. Talvez, nós precisamos pensar em novas maneiras de certificar pessoas para demonstrar competência para o mundo. Ou pensar um equalizador salarial, visto que nem todo investimento se pagará, dependendo de suas escolhas. Ainda assim, você precisará refletir o quanto cada centavo investido custa em relação à sua felicidade.
Sobre o autor
Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.
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