Quer comprar dólar? Entenda o hedge!

Em Câmbio por André M. Coelho

No contexto de investimentos, o hedge cambial (também chamado de cobertura cambial) é a decisão do gestor da carteira para reduzir ou eliminar a exposição do fundo à circulação de moedas estrangeiras. Isto é tipicamente alcançado através da compra de contratos ou opções que vão mover na direção oposta das moedas que o fundo ou investidor está investindo.

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Por que o hedge é importante no investimento cambial?

Mais uma vez, um exemplo fornece a melhor ilustração. Usando o mesmo exemplo acima, digamos que um ano mais tarde, os títulos do governo estão inalterados no preço, ou seja, nenhum ganho ou perda no valor. Se o valor do Real cai em 5%, no entanto, o investidor verá o valor de 1 milhão de dólares cair para US$950,000, mesmo que o valor dos títulos em si não tenha se alterado. A razão para isso é que o investidor deve trocar os dólares americanos por reais (e vice versa), a fim de fazer a compra. Através do hedging, o gestor elimina o risco de perder dinheiro em flutuações cambiais desfavoráveis.

Usando o hedge como proteção cambial

O Hedge para investir em moedas estrangeiras é essencial para gerenciar a flutuação cambial e evitar grandes perdas financeiras. (Foto: blogs.terrapinn.com)

O funcionamento do hedge cambial na prática

Hedging é tipicamente utilizado de duas maneiras. Em primeiro lugar, um gerente pode fazer um hedge “oportunista”. Isso significa que o gerente ou investidor vai possuir títulos estrangeiros em sua carteira, mas apenas proteger a posição quando as perspectivas para determinadas moedas são desfavoráveis.

Exemplo simples de hedge “oportunista” – O investidor tem 20% da carteira em cinco países: Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Japão e Austrália. Ele não tem opinião sobre a maior parte das moedas subjacentes, mas ele ou ela tem uma visão extremamente negativa sobre o iene japonês. O investidor pode optar por cobrir apenas a posição no Japão através do hedge e manter até que ele ou ela tem uma visão mais favorável sobre o iene. Muitas vezes, você vai ver isso referido na literatura financeira como “tática” de cobertura cambial.

A segunda forma de cobertura cambial é utilizada em fundos que se encontram cobertos desde o contrato. Normalmente, o termo “hedge” pode ser até utilizado no nome do fundo. Nestes casos, cada posição está coberta de modo que o fundo não tem exposição à moeda estrangeira.

Qual a diferença que o hedge faz em termos de retornos sobre o investimento?

A diferença, na verdade, pode ser substancial no curto prazo. As moedas podem fazer grandes movimentos em períodos relativamente curtos de tempo, por isso não pode haver lacunas substanciais entre o desempenho das carteiras para você não ficar muito exposto ao risco. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, a diferença pode não ser muito grande, já que moedas dos mercados desenvolvidos não são o tipo de ativo que proporciona valorização a longo prazo.

Escolhendo entre um investimento com hedge ou sem hedge

Teoricamente, um investidor pode escolher um investimento protegido ou não com base nos movimentos cambiais recentes. Deve compreender bem sobre o investimento em câmbio para conseguir lidar com o Hedge e com o investimento em si. Por exemplo, se o dólar vinha caindo no ano anterior (o que significa que seria mais provável se recuperar no próximo ano, equivalente a uma perda de valor para moedas estrangeiras), um investidor pode ver melhor desempenho de uma carteira com hedge. Na prática, no entanto, prever flutuações cambiais é quase impossível para o investidor mediano. Em vez disso, considere sua própria tolerância ao risco. Carteiras sem hedge normalmente vão experimentar uma maior volatilidade, enquanto as carteiras cobertas vão fornecer resultados mais suaves.

No geral, o hedge é uma forma de diversificar os investimentos em alto risco sem se expor à grandes perdas, algo essencial para investidores mais agressivos.

Ficou alguma dúvida sobre o hedge? Deixe suas perguntas nos comentários!

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.

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