Você valoriza seu tempo? Ele vale mais dinheiro do que você pensa!

Em Educação financeira por André M. Coelho

Quanto dinheiro você ganha por hora? Você pode pensar “quem se importa? Eu sei o quanto eu faço em um ano/mês!”. Você provavelmente deve ganhar R$30.000, R$50.000 ou R$75.000 por ano. Certo?

Mas o valor que você ganha ” por ano ” não nos diz muito. Trabalhando 44 horas por semana para ganhar R$120.000 é notavelmente diferente do que trabalhar 90 horas por semana pelo mesmo valor.

A estimativa aproximada

A grosso modo, descobrir a sua taxa horária é assumir que você trabalha 2.200 horas por ano. Por que 2200 horas? Vamos supor que você trabalhar em tempo integral , com duas semanas de férias, e não tenha horas extras. 44 horas por semana, multiplicado por 50 semanas de trabalho por ano é igual a 2200 horas . Com esta premissa em mente, simplesmente tome o seu salário anual, corte os três zeros do final e divida o restante por dois.

Exemplo 1:

Exemplo 2:

Exemplo 3:

Analisando e avaliando seu tempo

Ao ser capaz de valorizar seu tempo, você conseguirá descobrir quais atividades merecem mais seu investimento e quais não merecem. (Foto: everydaylife.globalpost.com)

O método preciso

Claro que o método que listado acima é uma estimativa grosseira. Nem todo mundo trabalha uma semana de 44 horas padrão sem horas extras. Algumas pessoas trabalham muito mais, chegando a 50, 60 ou até 80 horas semanais. Outros trabalham a tempo parcial.

Para resolver isso, nos voltamos para o método mais preciso de descobrir o quanto você ganha por hora. É o chamado método de análise de relação. Este é realmente um método muito simples.

Análise de relação envolve o cálculo da relação entre as horas que você gasta no trabalho e sua renda. Se você ganha R$440 por uma semana de 44 horas, a sua relação real-por-hora é de 10 para 1 (ou R$10 por hora).

Vamos supor que você tem um aumento, para R$550 por semana. Na superfície pode parecer que sua relação real-por-hora já aumentou para 12,50 para 1. (R$550 dividido por 44 = R$ 12,50 por hora).

Mas as forças da promoção levam você a trabalhar 60 horas por semana. Sua relação real-por-hora é na verdade apenas 8,3 para 1 (R$500 dividido por 60 = R$8,33 por hora). Em outras palavras, seu salário subiu, mas a sua taxa horária foi para baixo.

Vamos percorrer mais algumas amostras de exemplos.

Exemplo 1:

Exemplo 2:

Exemplo 3:

Por que entender esta análise de remuneração é tão importante?

Imagine que você está em uma fila de supermercado, tentando aproveitar as melhores ofertas da semana. Geralmente, quando você tem uma lista de compras já definida, demora cerca de 1 hora para todas as compras. E mais meia hora na fila.

Quando esperando essa meia hora, você se pergunta provavelmente por que o mercado não coloca mais caixas para fazer o atendimento, correto? Agora, imagine pagar um pouco mais caro para ir a um mercado que tem um atendimento melhor. A partir do momento em que você pensa assim, você pode claramente quantificar quanto você está disposto a pagar a mais por mais conforto. Como assim?

Pegando o terceiro exemplo acima, com ganhos de R$17,50 para cada hora de trabalho. 30 minutos de espera em uma fila qualquer significa, de forma relativa, que você está perdendo R$8,75. Você está disposto a perder esta quantia para esperar em uma fila ou prefere buscar um mercado com mais conforto?

Quem trabalha por produção ou por hora ganha essa mentalidade rapidamente e começa a otimizar seu tempo, seja para trabalho, prazer ou tarefas simples do dia a dia. A partir daí, passam a entender o que realmente vale a pena e o que não vale o investimento deles, dedicando mais tempo ao que realmente gostam.

Pessoas  que recebem um salário fixo dificilmente estabelecem tal relação porque não tem uma mentalidade relacionada a otimização do tempo e de seus salários. Mas se colocarmos esta otimização no ambiente de trabalho, imagine que você demora 1 hora para uma tarefa X. Se você terminar esta tarefa mais cedo, poderá ter mais tempo para a tarefa Y, que te dará mais chances de impressionar o chefe e ganhar sua promoção, sem ter que fazer horas extras.

Aliás, aí entra outra análise. Suponha que você vai receber uma promoção. Vai ganhar mais do que ganha atualmente. Mas de que adianta isso se você também vai trabalhar mais? Será que vale a pena? Será que as possibilidades de mais benefícios são realmente tão atraentes?

Considerações Finais

O ato de criar dados para análise é importante por si só. A partir dos dados que adquirimos podemos avaliar várias possibilidades. São várias respostas que os dados vão te dar, mas você terá de fazer as perguntas certas para uma análise crítica da sua situação. Será que vale a pena continuar no seu emprego? Será que outra oportunidade com menos horas de trabalho não paga melhor? Será que se eu pegar dois empregos de meio período não é melhor do que minha situação atual?

Ao valorizar seu tempo, você valoriza seu conhecimento, sua força de trabalho, seus anos de estudo. Pense nisso e calcule o seu valor antes de tomar sua próxima decisão profissional.

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.

Aviso legal

O conteúdo apresentado no site é apenas informativo com o objetivo de ensinar sobre o funcionamento do mundo financeiro e apresentar ao leitor informações que o ensine a pensar sobre dinheiro. O site Crédito ou Débito não faz recomendações de investimentos e em nenhuma hipótese pode ser responsabilizado por qualquer tipo de resultado financeiro devido a práticas realizadas por seus leitores.

Deixe um comentário