Ainda vale a pena investir na poupança?

Em Poupança por André M. Coelho

Essa é uma pergunta comum no mercado financeiro, já que o rendimento da poupança baixou nos últimos anos. Creio que a melhor pergunta não é se ainda vale a pena, mas sim, quando vale a pena investir na poupança. Digo isso porque em uma resposta curta e pouco elaborada, investir na poupança é um mau negócio. Uma resposta mais elaborada e correta demanda uma análise de fatores.

A maior vantagem da poupança, além da isenção de impostos na poupança, é ela ter um limite mínimo para sua abertura de valores muito baixos, o que a torna um investimento mais abrangente. Praticamente qualquer pessoa pode investir em uma poupança. Ela é o primeiro investimento de muitos investidores bem sucedidos, que ainda mantém alguns recursos nela. Portanto, quem tem quantias inferiores a R$1000,00 não deve pensar em outros investimentos que não uma conta poupança básica, de risco praticamente nulo e um rendimento fixo constante para acúmulo de recursos para futura diversificação dos investimentos.

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Uma outra vantagem da poupança é sua liquidez, que não pede um período de carência para poder ser sacada. Isso é um fator positivo porque a poupança pode passar a funcionar como um fundo de emergência para situações complicadas. Um fundo de emergência tem uma quantia que corresponde a aproximadamente 6 meses de seu salário atual. Se esse valor supera os R$20.000,00, você pode pensar em mais de um tipo de investimento para seu fundo de emergência, mas que tem que ter uma liquidez muito rápida.

Essa liquidez pode também ser uma carta na manga de investidores buscando novas oportunidades no mercado. Imagine uma boa oportunidade surgir e você não ter a disponibilidade imediata de recursos para investir? Por isso, a poupança pode assumir a função de fundo para investimentos. Tente separar, com o tento, cerca de 60% da poupança para seu fundo de emergência e 40% para as oportunidades que surgirem.

Poupança como investimento

Investimentos na poupança são a melhor forma de começar uma vida como investidor no mercado financeiro. (Foto: economia.culturamix.com)

Lembre-se também que a poupança só tem rentabilidade para investimentos que ficam depositados por pelo menos 30 dias. Há também a isenção de IOF, uma vantagem que quem deposita o dinheiro por mais de 30 dias desfruta. Por isso é importante ter uma boa organização para o primeiro depósito na poupança, uma vez que surpresas financeiras indesejáveis não podem surgir na época dos primeiros depósitos. Depósitos superiores a R$50.000,00 não são mais tão lucrativos, uma vez que passa a incidir sobre eles o imposto de 22,5% sobre o valor que estiver acima de R$50.000,00.

Tudo bem que vivemos em uma grande estabilidade financeira em nosso país e nossas instituições financeiras são muito sólidas, mas nunca se sabe quando uma crise pode afetá-las. Por isso é importante lembrar que depósitos de até R$70.000,00 são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FCG). Em poucas palavras, esta entidade garante a recuperação de depósitos ou créditos mantidos em instituições financeiras, em caso de intervenção, liquidação ou de falência, diminuindo mais ainda os riscos dos investimentos na poupança.

Há ainda um bônus para quem participa de programas de relacionamento de instituições financeiras: quem mantém seus depósitos em contas poupança ganha pontos nos programas de relacionamento de acordo com o montante aplicado, que podem ser utilizados de diferentes formas, de acordo com o programa.

Resumindo, todo o tipo de investidor deve pensar na poupança como uma alavanca, seja para sair de uma situação complicada, seja para começar uma vida de investimentos ou seja para alavancar seus investimentos para novas oportunidades. Pense no limite de R$50.000,00 para ficar isento de impostos. A partir deste valor, eu consideraria outros investimentos de baixo risco e períodos de liquidação maiores, mas manteria pelo menos R$40.000,0 na poupança para emergências e aproveitar oportunidades.

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.

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