Emprestei meu nome para alguém e ele não pagou. E agora?

Em Educação financeira por André M. Coelho

Repita comigo: NUNCA vou emprestar meu nome para alguém assumir uma dívida. Por que? Porque emprestar seu nome significa que há grande chances dele ser sujo pela pessoa que o pegou emprestado. Afinal, se ela precisa do seu nome para alguma coisa, tem algum problema acontecendo. E quem vai ter que arcar com as consequências do nome sujo e as dívidas é você. Mas e se você já cometeu esse grande erro financeiro? O que pode ser feito? Vamos então tentar te ajudar nesse momento de desespero.

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Em outras palavras: a pessoa que pega seu nome emprestado tem todo o bônus, mas nenhum ônus da dívida. Há como se proteger disso, mas, num geral, emprestar seu nome é basicamente assumir dívidas e responsabilidades que outra pessoa não pode ou não quer assumir.

Como se proteger ao emprestar seu nome a alguém?

Simplesmente não empreste seu nome. Essa é sua melhor proteção. Se a pessoa está precisando de um “nome emprestado”, provavelmente significa que ela tem o nome sujo na praça. E garantimos que as instituições de crédito tem ferramentas muito melhores que sua intuição e boa vontade para saber quando alguém é um mau pagador. A pessoa está já no desespero e isso, na verdade, só piora as chances dela te pagar, pois ninguém toma decisões financeiras sábias quando a emoção fala mais alto.

Mas se por acaso não houver alternativa, e você quer muito emprestar seu nome para alguém, a forma “menos pior” para fazê-lo é através de contrato, nota promissória, ou cheque pré-datado. O contrato é a garantia jurídica de que a pessoa está assumindo uma dívida. Escreva nele usando termos jurídicos e estabelecendo o valor da dívida ou bem que foi comprado, bem como a data de pagamento. Notas promissórias e cheques podem substituir o contrato e reduzir o risco de não pagamento da dívida. Porém, novamente, se a pessoa não tiver bens ou recursos, nem mesmo um processo vai te ajudar a recuperar seu dinheiro, o que pode te deixar em maus lençóis por um bom tempo.

Nome emprestado

Ao emprestar seu nome para alguém, você está assumindo todo o risco caso essa pessoa deixe de pagar as dívidas. (Foto: US News Money)

Emprestei meu nome para alguém e ele não pagou, e agora?

Se você não seguiu os passos e dicas acima, você está com um grande problema em mãos, mas que pode ser resolvido. Se você emprestou seu nome para um financiamento ou para a compra de um bem, esse bem foi pago por você e está em seu nome. Portanto, você pode tentar reaver esse bem de alguma maneira, seja pela justiça comprovando que você é que está pagando pelo bem, ou através de uma negociação com a pessoa para usar o bem como parte do pagamento da dívida.

Outra forma de reaver o dinheiro é fazer um contrato de confissão de dívida com firma reconhecida, pedindo para a pessoa assinar e buscando a garantia de direitos na justiça. Pode ser difícil conseguir esse pagamento ou até mesmo a assinatura no contrato, mas é um começo.

Sem contrato, é muito difícil conseguir na justiça o pagamento dos valores. Talvez se você reunir todas as provas documentais da pessoa assumindo a dívida, você consiga a garantia na justiça de seu dinheiro. Porém, as chances de que você tenha seu dinheiro dessa maneira são muito baixas.

tente sempre negociar a dívida, parcelar, ou algo do tipo. Mas registre um contrato ou algum documento escrito para garantir que a pessoa vai assumir a dívida com algum tipo de garantia.

Emprestei meu cartão de crédito e a pessoa não pagou

Como essa situação é também comum, merece um destaque no nosso artigo porque se parece muito com emprestar seu nome a alguém. Os mesmos procedimentos para garantir o pagamento da dívida podem ser realizados nesse caso, com a diferença de que a própria fatura do cartão pode ser usada como comprovante do pagamento do bem ou serviço.

Ficou alguma dúvida? Deixem nos comentários suas perguntas e iremos responder.

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.

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