O que é credito rotativo?

Em Cartão de crédito e débito por André M. Coelho

O que é o crédito rotativo? Qual é a definição do termo crédito rotativo? Bem, existem basicamente dois tipos de crédito: crédito rotativo e crédito não rotativo.

Crédito rotativo é quando o cliente têm acesso a uma certa quantia de dinheiro que não precisa de uma data final para ser paga. Quando os pagamentos sobre o saldo remanescente são feitos, mais o crédito se torna disponível.

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Em ambos os casos, você tem a opção de pagar partes do crédito e o restante pagar depois, com juros acrescidos.

Exemplo de crédito não rotativo

Um exemplo de crédito não-rotativo é um empréstimo de carro. Com um empréstimo de carro, você tem uma quantidade de pagamentos que precisam ser feitas até que o carro seja seu. Uma vez que o carro é pago, não há mais crédito disponível, e seu empréstimo será concluído.

Os cuidados com o crédito rotativo

Como tudo no mundo financeiro, o crédito rotativo pode ser algo positivo ou negativo dependendo de como você faz sua utilização. Vamos pensar nas características do crédito rotativo e os cuidados que devem ser tomados com cada uma dessas utilidades.

Cuidados com o crédito rotativo

Sem disciplina financeira, o crédito rotativo pode se tornar um efeito dominó rumo às dívidas. (Foto: www.quickanddirtytips.com)

Análise de crédito

Para o acesso a qualquer forma de crédito, os bancos e instituições financeiras farão uma análise de suas condições financeiras para estabelecer os limites que você é capaz de pagar nos créditos que serão oferecidos. Isso inclui o crédito rotativo.

Entretanto, as instituições sempre te darão limites bem mais altos do que seu salário. Isso não é errado, afinal, é bom saber que você tem um limite alto para emergências ou compras de longo prazo. Só que é também uma “brincadeira” que usa a psicologia do ser humano contra você.

Imagine ter um cartão com R$8.000 de limite com um salário de R$2.000. Provavelmente você ficará tentado a gastar mais no cartão, parcelar compras. Todo ser humano quer mais, tem ambições, vontades. Quando você vê, você estoura o limite do seu cartão e tem mais de 50% de seu salário dedicado para pagar o cartão de crédito. Como você tem que pagar outras contas, acaba precisando entrar no “crédito rotativo”, ou seja, tendo que parcelar a fatura do seu cartão e pagando menos do que deveria da sua fatura. O que nos leva ao próximo ponto.

Juros

O crédito rotativo, também por dar um limite mais alto do que você é capaz de pagar, cobra caro por isso. São, com certeza, as taxas de juros mais altas no mercado financeiro brasileiro. Estamos falando também de um tipo de crédito que tem juros compostos, ou seja, se você tem uma dívida pequena hoje, daqui a poucos meses ela já pode ser responsável por quase te levar à falência.

Um exemplo simples, só para deixar bem claro. Você tem que pagar R$1.000 por mês na sua fatura. Um belo dia, você decide passar a pagar apenas R$800 e parcelar o valor restante. Se os juros do seu cartão forem de 9% ao mês (taxa comum no mundo dos cartões), já no mês seguinte você estará devendo não apenas os R$1.000 da sua fatura, mas um total de R$1.218 (R$1000 da fatura normal + R$200 do crédito rotativo + 9% de juros). E caso você continue pagando apenas R$800, no terceiro mês você já estará devendo R$1.455,62 (R$1000 da fatura normal + R$400 “emprestados” + R$55,62 de juros). Deu pra entender o drama?

Crédito disponível aumenta e diminui na medida em que o dinheiro é utilizado ou pago

Junto com a análise de crédito, a disponibilidade do crédito vai te deixar sempre com o dedo coçando. No desespero de liberar seus limites para mais compras, você pode passar a fazer loucuras financeiras, como pegar empréstimos com juros altos ou parcelar faturas de cartões.

Para sair do efeito bola de neve que o crédito rotativo pode te colocar, você precisa primeiro se reeducar financeiramente. Parar com os gastos desnecessários, conversar com a família, negociar taxas de juros mais baratas para pagar as contas com juros mais altos e por aí vai. O que você não pode fazer é se desesperar para fazer compras e tentar de todo jeito liberar seu limite. Se ele está estourado, tem um motivo pra isso. E não é liberando ele que você terá paz.

Pode ser usado repetidamente

Como o crédito rotativo pode ser constantemente usado, ele vira uma tentação. Minha recomendação é que antes de usar qualquer tipo de crédito, comece a “treinar” com um cartão com limite bem baixo, cerca de 1/5 do seu salário. Se você tiver em algum momento problemas para pagar a fatura inteira desse cartão, você ainda não tem disciplina para ter crédito rotativo, inclusive esse mesmo cartão de limite baixo.

Pode ser parcelado ou pago por inteiro

Se você não for pagar a fatura inteira todos os meses, pagar seu cheque especial quase que imediatamente após ser usado (alguns bancos oferecem alguns dias sem juros no cheque especial, mas cobram IOF sobre o período) ou não vão pagar por inteiro qualquer tipo de crédito rotativo, não use. Simples assim.

Considerações Finais

Sabemos que fomos meio extremistas neste artigo. Temos motivos para estar assim. Com o acesso maior ao crédito e oferta de bens de consumo a preços mais acessíveis, o brasileiro passou a usar de forma errada seu dinheiro. Pudera, poucos de nós temos a educação financeira básica para lidar bem com nossos recursos. Essa falta de educação faz com que a cada dia, mais e mais brasileiros fiquem endividados. Você quer ser mais um deles ou quer aprender a usar seu dinheiro direito?

Crédito rotativo é apenas e somente para emergências depois que TODAS as outras opções foram esgotadas. Se você ainda acha uma opção, peço aos nossos leitores que compartilhem nos comentários suas experiências com juros e créditos rotativos. Aposto que ler algumas dessas histórias vai ensinar muitos a pensarem duas vezes antes de entrarem no rotativo.

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.

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