Gastar agora ou economizar para o futuro?

Em Educação financeira por André M. Coelho

Toda vez que você faz uma escolha, há um custo. Ao optar por comprar um item, você deixa de lado a oportunidade para comprar outros itens. Ao optar por fazer uma coisa, você deixa de lado a oportunidade de passar o seu tempo de qualquer outra maneira. O custo de oportunidade é o que nós temos de desistir, afim de ter a coisa que nós escolhemos. O que isso tem a ver com nosso título? Calma, nós chegaremos lá.

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Custo de oportunidade nas finanças pessoais

Embora este conceito seja aplicado constantemente nos negócios, ele é muitas vezes esquecido em finanças pessoais. Quando sua casa usa o dinheiro para uma coisa, o dinheiro não estará disponível para outras. Se você comprar uma casa com uma hipoteca de R$1.500, por exemplo, você não pode usar esse dinheiro para viajar ou para financiar sua aposentadoria.

Os custos de oportunidade são nem bons, nem maus. Eles são simplesmente o preço que você paga para ter o que você escolhe. O problema surge quando as escolhas que você faz não são intencionais, ou seja, quando você as faz por reflexo ou hábito.

Toda vez que você gasta dinheiro, há um custo de oportunidade associado a ele. Mas você não está apenas sacrificando outras opções no presente: você também está sacrificando sua liberdade futura.

Decidindo onde vai seu dinheiro

Gastar ou economizar deve ser uma tarefa de análise constante, pensando sempre o custo de oportunidade para todas as compras. (Foto: www.2ndmanunited.com)

O real custo do seu dinheiro

Considere o seguinte: um real economizado vale mais do que um real gasto. A produção desse real ter um custo maior, dada a necessidade de 5 meses anuais trabalhando para pagar impostos. Ou seja, pode ser necessário produzir R$4, até mais para que você tenha R$1 no seu bolso.

Investimentos e custo de oportunidade nas finanças pessoais

E fica ainda pior! Se você gastar um real que você poderia ter investido, você não só perde esse dinheiro, mas qualquer futuro retorno que você poderia ter ganho com isso. Assumindo o típico de crescimento do mercado de ações, R$1 teria um valor de R$1,93 daqui a dez anos e R$7,20 em 30 anos.

Valor futuro nas finanças pessoais

Vamos colocar esses dois fatos: você tem que ganhar mais do que um dinheirinho para ter um dinheirinho, e se você gastar esse dinheirinho, você também está gastando o seu valor futuro. Em média, cada real gasto representa R$2,57 de valor em 10 anos ou R$9,57 em 30 anos.

Para facilitar as coisas, apenas em estimativas: o custo de oportunidade de gastar um real hoje é de dez reais que você poderia ter para sua aposentadoria. Uma vida inteira de poupança comprará para você a liberdade financeira. Você terá opções para escolher porque poupou quando mais jovem.

Poupar é gastar, mas em um momento futuro

Visto desta forma, é mais fácil de ver que a poupança não é privação. Quando você poupa, o dinheiro ainda está sendo gasto. Ele só não se traduziu na compra de um carro ou uma casa grande. É gasto na compra de seu futuro. O custo de oportunidade de começar tarde, uma compra tola, ou um mau investimento não é perda de renda ou de juros compostos. É tempo perdido: perda de experiência e de vida.

No fim das contas, devo gastar agora ou economizar para o futuro?

Não estou afirmando que você deva viver como um monge. Longe disso. Mas é importante ter em conta os custos de oportunidade de cada compra que você fizer. Quando você compra algo, você deve fazê-lo intencionalmente, porque o custo de oportunidade de comprar por impulso é enorme.

Concordo com um conceito chamado gasto consciente. Ser um gastador consciente é saber como fazer seu dinheiro corresponder-se com seus valores sem culpa alguma. Trata-se de gastar demais com as coisas que você ama ao cortar custos nas coisas que você não ama tanto assim. Alguns especialistas usam o termo “gastos conscientes” para se referir ao mesmo conceito.

E você, o que acha que deve fazer com suas finanças: gastar ou economizar? Por que? Compartilhe seus pensamentos nos comentários abaixo!

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.

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