Cuidado ao se aposentar: você pode acabar recebendo só metade do que ganha atualmente!

Em Aposentadoria por André M. Coelho

Minha mãe é funcionária pública há mais de 30 anos. Como poucos sabem, funcionários públicos se aposentam por regime próprio e não pelo Regime Geral da Previdência. Querendo saber dos cálculos para sua aposentadoria, minha mãe descobriu que passaria a receber pouco mais da metade do valor total que ela recebe atualmente, o que levaria a uma drástica mudança no estilo e qualidade de vida para minha mãe. Como isso aconteceu?

A parte mais difícil aqui é ter a disciplina e conhecimento para o planejamento. E o problema maior é o medo e desconfiança que muitos brasileiros ainda tem ao lidar com dinheiro e principalmente, com a aposentadoria.

O medo do planejamento

Minha mãe tem medo de investir, tem medo de movimentar o dinheiro e é extremamente conservador. Quaisquer sugestões que dou ela teima e não me ouve. Estudo finanças todos os dias da semana e sei de vários caminhos possíveis, de baixo risco, para garantir que ela se aposente com um salário melhor. Mas há ainda, no Brasil principalmente, uma grande desconfiança de tudo que envolve dinheiro.

Eu acredito que muito desse medo vem do início da década de 90, quando o então presidente Collor congelou as poupanças. Minha mãe, a exemplo de milhares de outros brasileiros, ainda tem dinheiro a receber dessa época, que o Governo deve e ainda não pagou. Ainda sentimos e sentiremos o reflexo dessa desconfiança por muitos anos. E isso terá um grande impacto em nossa sociedade.

Alto custo dos idosos

Em um recente artigo de Ricardo Amorim, um dos mais renomados economistas brasileiros, para cada R$1 investidos em crianças, são investidos R$10 em idosos. O investimento correto deveria ser o contrário, mas os anos de leniência dos Governos com o planejamento financeiro do futuro do país nos deixaram com uma população idosa totalmente dependente. A tendência natural é que estes investimentos mudem gradualmente. O que nos leva a um outro problema.

Cuidados ao se aposentar

Ao planejar a aposentadoria, você não será surpreendido com os descontos do salário. (Foto: greenmoneyupdate.com)

O constante aumento da dívida da Previdência Social

Quando você ouve que a Previdência novamente começou negativada, isso significa que o Governo teve de tirar recursos de outras fontes para compensar as perdas da Previdência. Já tivemos algumas pequenas reformas, incluindo o pagamento de imposto de renda pelos idosos.

Não creio que as previsões mais calamitosas, que falam da grande falência da Previdência, vão se realizar. Mas acredito que as mudanças na Previdência serão menos conservadoras no futuro do que o pagamento do imposto.

Benefícios não são contabilizados para a aposentadoria

Voltando ao caso mais específico da minha mãe, no dia do cálculo, deixaram claro que adicionais de periculosidade, auxílio alimentação e outros benefícios não entrariam na aposentadoria. Algumas profissões já conseguiram, em legislação, que alguns benefícios entrem no valor da aposentadoria. Mesmo assim, na maior parte dos casos, tais benefícios não farão parte dos proventos do aposentado. Ela agora está buscando saber sobre uma segunda aposentadoria, algo que iremos discutir em breve em nosso site.

Tudo culpa da falta de planejamento

Quero reforçar muito que todo o problema de aposentadoria que minha mãe hoje passa ocorre por falta de planejamento, algo que foi causado pelo medo mas que tem de ser superado para que você possa ter uma aposentadoria tranquila. Começando hoje, ao saber de seus valores e contribuições para uma aposentadoria mais tranquila.

Como calcular minha aposentadoria?

Você pode usar um dos vários simuladores disponíveis online. Mas a melhor forma ainda é ir a um especialista, seja ele um economista, contador ou em seu sindicato, para poder fazer os cálculos e saber quanto você tem de contribuir ou o que fazer para ter o mesmo padrão de vida que tem hoje, ou até melhor.

Como evitar me aposentar ganhando menos?

Além do planejamento, nossa principal instrução é seguir algumas dicas básicas. Por exemplo, você pode utilizar a fórmula de poupança 1, 2, 6 e 9 para as idades 35, 45, 55 e 65. Nesta ideia, aos 35 anos um trabalhador tem que ter guardado pelo menos um ano de salário em uma poupança/investimento. Aos 45, três anos. Aos 55, seis anos e aos 65, 9 anos. Lógico, é um pensamento bem simples mas que pode ser facilmente complementado com várias dicas de investimentos.

Vale lembrar também que contribuir com o teto para uma aposentadoria do INSS mais tranquila pode não ser a melhor opção possível. Diversifique, diminua os riscos. Perca o medo e desconfiança o quanto antes. Nosso mercado financeiro já é sólido o suficiente para aguentar boas pancadas e dar um bom retorno, mesmo em investimentos de alto risco. Só vai depender de sua capacidade e atenção para gerir com cuidado seus recursos.

Dúvidas? Sugestões? Comente no espaço abaixo e nos ajude a fazer artigos cada vez melhores!

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

Crédito ou débito? Esta é uma pergunta quase sempre feita ao se pagar com cartão mas é uma questão também comum na vida de muitos brasileiros. Com mais de 300 horas em cursos de finanças, empreendedorismo, entre outros, André formou-se em pedagogia e se especializou em educação financeira. Dá também consultorias financeiras e empresariais quando seus clientes precisam de ajuda e compartilha conhecimentos aqui neste site.

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